O psicólogo, atuando na escola, deve buscar novas
formas de levar em conta os processos de avaliação, deixando de tratar a queixa
escolar como um fato em si mesmo e passando a buscar a compreensão da história
escolar como um processo. O psicólogo que escolha trabalhar nessa realidade
deverá compreender as demandas por justiça e direitos e forjar suas ações no
sentido de contribuir criticamente e situar-se também como ator comprometido
com essas demandas (GOMES,2011).
Alguns elementos devem ser considerados no trabalho do
psicólogo escolar: O estudante deve ser concebido como um sujeito inscrito em
um sistema social, o que implica uma atenção às influências sistêmicas que o
cercam quando se procura entender os problemas que está apresentando e se
planejam intervenções; Os problemas, dificuldades e queixas devem ser
considerados no interior de uma ordem institucional e social onde a criança
vive, e não um problema exclusivo da própria criança. Essa compreensão
pressupõe uma avaliação não somente das variáveis próprias do estudante mas
também de aspectos do ambiente institucional, social e familiar.
O psicólogo
deverá estar preocupado com a prevenção e a promoção da saúde e do bem estar
subjetivo, envolvendo-se em atividades que permitam aos estudantes obterem
sucesso em suas atividades da vida, diminuindo as situações de risco, do
fracasso escolar e de outros fatores que possam ameaçar sua sanidade e inibir
suas potencialidades. Esse psicólogo estará preparado para integrar equipes,
comissões e grupos de trabalho multidisplinares, no sentido de interferir no
desenvolvimento da criança, sobretudo com a família, a escola e a comunidade.
De acordo com Souza (et
al, 2004) a atuação do psicólogo na equipe multidisciplinar, prioriza uma
intervenção que visa proporcionar às crianças
autistas e a seus familiares uma vida mais digna, mais amena e proveitosa. O
psicólogo também poderá fazer esclarecimentos a outros técnicos sobre as formas
e condições de aprendizagem e ajustamento do indivíduo. É parte fundamental do
processo de reabilitação a avaliação diagnóstica, é o ponto de partida para o
estabelecimento dos programas e metas a serem atingidos.
Um trabalho de
socialização é essencial, no sentido de evitar o preconceito e a discriminação
ainda existentes, proporcionando uma prevenção primária, através de elucidações
junto às escolas e pessoas envolvidas. O trabalho do psicólogo e da equipe
multidisciplinar, com a família, resulta em melhor qualidade de vida para a
pessoa portadora da síndrome. Todos podem ajudar a construir esse caminho e, em
especial, o psicólogo, que poderá atuar diretamente com os sentimentos,
expectativas e desejos de uma vida menos dolorosa e mais suave.
Referências
Bibliográficas:
GOMES, Claudia e
SOUZA, Vera Lucia Trevisan de. Educação, psicologia escolar e
inclusão: aproximações necessárias. Rev. psicopedag. [online]. 2011,
vol.28, n.86, pp. 185-193. ISSN 0103-8486. Disponível em: <www.scielo.com.br> . Acesso em: 20 out 2012.
SOUZA, José Carlos et
al. Atuação do psicólogo frente aos transtornos globais do desenvolvimento
infantil. Psicol. cienc. prof. [online]. 2004, vol.24, n.2, pp. 24-31. ISSN
1414-9893.Disponível em: <www.scielo.com.br>
. Acesso em: 13 Ago 2012.
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