A
inclusão é um movimento mundial de luta das pessoas com deficiências e seus
familiares na busca dos seus direitos e lugar na sociedade.O termo inclusão já
trás implícito a idéia de exclusão, pois só é possível incluir alguém que já
foi excluído. Temos que diferenciar a integração da inclusão, na qual na
primeira, tudo depende do aluno e ele é que tem que se adaptar buscando
alternativas para se integrar, ao passo que na inclusão, o social deverá
modificar-se e preparar-se para receber o aluno com deficiência.
O marco
histórico da inclusão foi em junho de 1994, com a Declaração da Salamanca
Espanha, realizado pela UNESCO na Conferência Mundial Sobre Necessidades
Educativas Especiais: Acesso e Qualidade , assinado por 92 países, que tem como
princípio fundamental: "todos os alunos devem aprender juntos, sempre que
possível, independente das dificuldades e diferenças que apresentem"
(BRASIL, 2008).
Em 1996
foi publicada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que em seu
artigo 59 preconiza que os sistemas de ensino devem assegurar aos alunos
currículo, métodos, recursos e organização específicos para atender às suas
necessidades. Em 2008, foi publicada a
Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva,
que preconiza o acesso, a participação e a aprendizagem dos alunos com
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades, nas
escolas regulares. (BRASIL, 2008).
A
Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva,
orienta os sistemas de ensino a garantirem, entre outras coisas: a transversalidade da educação especial desde
a educação infantil até a superior; a
continuidade da escolarização nos níveis mais elevados do ensino; a acessibilidade
urbanística, arquitetônica, nos mobiliários, equipamentos, transportes,
comunicação e informação; a participação da família e da comunidade. (DUTRA,
2008).
Essa
Política, prevê o uso de estratégias e recursos especiais quando estes forem
necessários para o aluno usufruir do ensino em uma classe regular: O professor
deve criar estratégias considerando que alguns alunos podem demandar ampliação
do tempo para a realização dos trabalhos e o uso de informática ou de
tecnologia assistiva como uma prática cotidiana. Cabe aos sistemas de ensino,
ao organizar a educação especial na perspectiva da educação inclusiva,
disponibilizar as funções de monitor ou cuidador dos alunos com necessidade de
apoio nas atividades que exijam auxílio constante no cotidiano escolar (BRASIL,
2008).
Da mesma
forma, a atual Lei nº 9.394/96 de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, no
seu artigo 24, inciso V, alínea “a”, estabelece, para o caso de aluno portador
de deficiência, a “avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com
prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados
ao longo do período sobre os de eventuais provas finais”. Sobre o assunto, a
recente Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação
Inclusiva esclarece: A avaliação pedagógica como processo dinâmico considera
tanto o conhecimento prévio e o nível atual de desenvolvimento do aluno, quanto
as possibilidades de aprendizagem futura, configurando uma ação pedagógica
processual e formativa que analisa o desempenho do aluno em relação ao seu
progresso individual, prevalecendo na avaliação os aspectos qualitativos que
indiquem as intervenções pedagógicas do professor. (BRASIL,1996).
O
atendimento educacional especializado tem como função identificar, elaborar e
organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras
para a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades
específicas. As atividades desenvolvidas no atendimento educacional
especializado diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum, não
sendo substitutivas à escolarização. Esse atendimento complementa e/ou
suplementa a formação dos alunos com vistas à autonomia e independência na
escola e fora dela.
Dentre
as atividades de atendimento educacional especializado são disponibilizados
programas de enriquecimento curricular, o ensino de linguagens e códigos
específicos de comunicação e sinalização e tecnologia assistiva. Ao longo de
todo o processo de escolarização esse atendimento deve estar articulado com a
proposta pedagógica do ensino comum. O atendimento educacional especializado é
acompanhado por meio de instrumentos que possibilitem monitoramento e avaliação
da oferta realizada nas escolas da rede pública e nos centros de atendimento
educacional especializados públicos ou conveniados.
Na
perspectiva da educação inclusiva, a educação especial passa a integrar a
proposta pedagógica da escola regular, promovendo o atendimento às necessidades
educacionais especiais de alunos com deficiência, transtornos globais de
desenvolvimento e altas habilidades/superdotação. A educação especial direciona
suas ações para o atendimento às especificidades desses alunos no processo
educacional e, no âmbito de uma atuação mais ampla na escola, orienta a
organização de redes de apoio, a formação continuada, a identificação de
recursos, serviços e o desenvolvimento de práticas colaborativas. Os alunos com transtornos globais do
desenvolvimento são aqueles que apresentam alterações qualitativas das
interações sociais recíprocas e na comunicação, um repertório de interesses e
atividades restrito, estereotipado e repetitivo. Incluem-se nesse grupo os
alunos com autismo.
Referências bibliográficas:
BRASIL.
Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política Nacional
de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília:
MEC/SEESP, 2008.
BRASIL.
Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional,
LDB 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
DUTRA, C.; GRIBOSKI, C.; ALVES, D. Politica
nacional de educação especial na perspectiva da educação inclusiva.
Brasília, 2008. Disponível em: <www.scielo.com.br >.
Acesso em: Set/ 2012
Nenhum comentário:
Postar um comentário